sexta-feira, 19 de maio de 2017

Crítica - Injustice 2

Análise Injustice 2


Review Injustice 2
Feito pela Netherrealm Studios, o primeiro Injustice: Gods Among Us entregava um ótimo jogo de luta usando o universo DC e uma interessante narrativa sobre um universo alternativo no qual o Superman se tornou um ditador implacável. Era de se esperar, portanto, que este Injustice 2 melhorasse a partir dos bons fundamentos do primeiro e ele não decepciona.

Os combates são bem similares ao primeiro jogo, mas estão mais rápidos e também melhor balanceados graças a algumas novas mecânicas. Agora é possível usar o medidor de especial para dar um breve e invulnerável impulso para frente ou para trás, servindo para escapar de combos ou se aproximar do oponente que fica "zoneando" com ataques à distância. É possível também gastar a barra de especial para realizar esquivas aéreas, evitando assim ficar preso em um longo combo quando o oponente te joga no ar. Os objetos de cenário agora são bloqueáveis (a maioria, pelo menos) o que impede que os jogadores fiquem apelando constantemente para eles para causar dano fácil.

Os personagens que retornam mantêm boa parte de seus movimentos do jogo anterior, mas também recebem algumas mudanças, como a Mulher Maravilha, que não precisa mais alternar entre espada e laço. O jogo também traz uma boa parcela de novos personagens e embora alguns deles tragam movimentos similares a personagens da primeira versão que ficaram de fora desta (como o Pistoleiro, cuja jogabilidade lembra o Exterminador do jogo anterior), tem elementos singulares o suficiente para manterem o interesse e oferecem uma boa variedade de opções.

A principal nova mecânica é o sistema de equipamentos, que alteram a aparência dos personagens, melhoram os seus atributos ou alteram habilidades. Praticamente todos os modos de jogo rendem equipamentos ou baús e eles adicionam uma camada estratégica à jogabilidade, com cada peça oferecendo melhoras significativas criando um ciclo de busca por loot que é simplesmente viciante. Se você se preocupa que isso desequilibra a jogabilidade, o jogo permite que você baixe ou aumente o nível dos personagens nas partidas locais para equilibrar as coisas. Nas partidas ranqueadas online todos os atributos de equipamentos são desabilitados para manter o balanceamento.

O jogo traz o tradicional modo Versus e também um modo História similar ao do primeiro jogo, contando uma trama dividida em capítulos e cada capítulo centrado em um personagem, mas agora oferece ao jogador algumas escolhas a tomar no percurso da narrativa. A grande novidade é o modo multiverso que oferece várias novas terras a explorar, cada um com um conjunto de torres (tais quais as de Mortal Kombat) nas quais o jogador enfrenta um número limitado de inimigos com modificadores (com gelo caindo do céu ou itens de cura aparecendo) e desafios particulares. Vencer cada torre rende recompensas como equipamentos e caixas de itens e cada "terra" do multiverso também tem objetivos gerais (como vencer uma torre com um personagem específico ou sem usar golpes especiais) que rendem ainda mais recompensas. De tempos em tempos novas "terras" surgem no observatório do multiverso, oferecendo literalmente infinitos desafios. Há também o Simulador de Batalha que funciona como um tradicional modo Arcade, com o jogador enfrentando uma série de lutas até chegar no chefão (Brainiac) e vendo um final específico para seu personagem (que não será necessariamente canônico para a história).

A narrativa do modo História é provavelmente o elo fraco do jogo ao trazer uma invasão de Brainiac à Terra que obriga Batman e Superman a deixarem de lado suas diferenças momentaneamente para combater a ameaça. Era de se esperar que a relação entre os dois continuasse a ser desenvolvida aqui, mas o jogo não faz nada para alterar o status quo dos personagens em relação ao jogo anterior. Batman e Superman são os mesmos sujeitos de antes e não passam por nenhum aprendizado ou crescimento e ao fim tudo praticamente volta ao ponto de partida. A Supergirl é provavelmente a única a ter um arco de personagem, primeiramente tentando ajudar o primo e então se desiludindo com seus métodos brutais, tentando em vão redimi-lo. Alguns personagens passam pela trama sem causar impacto algum como Atrócitus ou Senhor Destino (se todos os segmentos deles fossem cortados não faria diferença alguma), sem mencionar na aparição forçada do Coringa que apela para o clichê de "foi tudo um sonho" (ou delírio, nesse caso). Isso, no entanto, acaba sendo um problema menor, já que não diminui em nada o ótimo funcionamento do combate.

Ainda assim Injustice 2 é provavelmente um dos mais sólidos jogos de luta da atual geração, trazendo um conteúdo robusto e uma jogabilidade que melhora todas as qualidades de seu antecessor.


Nota: 9/10 

Obs: O jogo está disponível para PS4 e Xbox One 

Trailer

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